terça-feira, 6 de outubro de 2015

Carta à Fernanda Gentil...sobre amamentação!

Essa semana Fernanda Gentil fez uma postagem que me ir às lágrimas...
Sobre coisas que não nos contam sobre a amamentação. Toda mãe fantasia amamentar seu filho,
porém essa tarefa não é fácil. Ninguém conta que o peito racha, sangra e às vezes até inflama.
Então vou te contar a minha experiência.
Não tive tempo de amamentar ou curtir a amamentação da minha primeira filha, pois na época que a tive não existia nem licença maternidade. Então voltei trabalhar depois de dois meses e deixei o bebê pra minha mãe cuidar, mas tirava o leite com uma bombinha e minha mãe dava na mamadeira pra ela...mas face ao stress não tinha muito leite, com uns seis meses não tinha mais nada, secou. Não tinha opções ou trabalhava ou nós morreríamos de fome e necessidades.
Na segunda vez tirei minha licença e consegui esticar junto com as férias então amamentei por cinco meses. Voltei a trabalhar, mas deixava o leite tirado, todos os dias, com uma bombinha. E desta vez consegui amamentar até uns 10 meses. Porém não me sentia satisfeita.
Então tive meu terceiro filho. Pensei, não vou ter problema nenhum, já tinha tido dois filhos, e tinha saído tudo bem.
Ledo engano. Nessa época quando o bebê nasceu também tive 05 meses de afastamento, pois consegui tirar as férias junto. Porém. nessa época também tive fibromialgia.
Vocês não tem noção o que é amamentar quando o seu corpo todo dói.
Além disso, provavelmente por causa do stress, tudo o que esperava que não fosse acontecer, aconteceu.
Eu tinha muito leite, porém, os bicos racharam. Amamentar era um tormento, cada mamada era um dor terrível. Terminava com meus seios sangrando. Utilizei na época um óleo de cabra que foi meu salvador da pátria. Assim fazia massagens todos os dias com o óleo, a fim de cicatrizar as feridas.
Ordenhava o leite, para não empedrar. Tinha vidros e mais vidros de leite na geladeira, pois a produção era enorme.
Fazia compressas com panos quentes e em seguida, muita massagem. Depois disso, higienizava os seios e dava o peito.
Como eu tava com fibromialgia, me afastei dos medicamentos o máximo que pude, pra não prejudicar o bebê. Ficava com dor, não me importava, eu queria amamentar o máximo que eu pudesse. Porém a vida não me trouxe boas surpresas.
No mesmo período passei a ter uma hérnia na coluna. Mal conseguia carregar o bebê. Por causa da hérnia e da fibromialgia passei a tomar remédios cada vez mais fortes pra dor.
Um dia tive que optar. Passei a tomar opióides pra dor. Ali era o fim da amamentação.
Os opióides são transferidos para o leite.
Um dia meu marido chegou do trabalho e eu estava chorando junto com o bebê. Ele chorava de fome e eu chorava de decepção, dor, tristeza, tudo junto.
Decepção e tristeza porque a partir daquele dia eu não poderia mais amamentar. Tristeza de querer fazer algo e não poder ir em frente. Eu olhava meu bebê e me sentia a última das mães.
Meu marido veio e me abraçou e disse que tudo ia ficar bem. Que amamentar era importante, mas eu estar saudável também era importante. De nada adiantaria continuar amamentando com tanta dor no corpo. Eu disse que minha vontade era não tomar o remédio, era resistir mais.
Ele me disse que isso(parar de amamentar) não iria fazer de mim mais mãe ou menos mãe.
E você tem razão. Com mamadeira ou com o peito, o contato que o bebê tem com a mãe, na hora da amamentação é único.
A forma como eles nos olham é único. Não existe olhar mais terno e mais lindo, que um bebê quando está sendo amamentado. E, me desculpe as mães que insistem em dizer que amamentar é "empoderar". Na hora de mamar a nós não importa o "empoderamento". Me desculpe aquelas que pensam que são mais mães porque amamentaram seus filhos no peito, por dois, três anos.
O que nos faz mãe é a capacidade que temos de amar e de cuidar de nossos filhos, independente de ser filho biológico (as mães que adotam são tão mães quanto nós), independente de amamentar no peito ou não. Nós não somos menos mãe pelo fato de não conseguirmos amamentar no peito. É esse discurso que vem deprimindo mães no decorrer dos anos. Ou seja, quando, por algum motivo não podemos amamentar o pensamento imediato é que somos menos mães do que aquelas que conseguem por um longo tempo.
Eu mal conseguia segurar meu filho no colo, como disse, por causa da dor na coluna. Mas com uma cadeira de balanço e almofadas conseguia dar a mamadeira pro meu filho.
Temos que parar de julgar mães. Somos mulheres e como mulheres temos que nos unir para dar apoio às outras, principalmente no momento mais lindo de qualquer mulher: o da maternidade.
Fernanda, sinta-se abraçada e muito apoiada nesse momento.



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